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Transtorno de Ansiedade de Doença


O Transtorno de Ansiedade de Doença é caracterizado pelo DSM-V pela presença de uma preocupação intensa e exagerada com ter ou contrair uma doença grave. Essa preocupação pode ocorrer mesmo sem qualquer sintoma físico ou com sintomas leves. A pessoa que sofre desse transtorno é facilmente alarmada a respeito do seu estado de saúde por pequenas mudanças ou sensações. Esse quadro pode levar a pessoa a procurar repetidamente um serviço de saúde e procurar fazer vários exames ou, ao contrário, pode evitar consultas e hospitais com receio de ter algum diagnóstico grave. Esses sintomas devem estar presentes por pelo menos seis meses.

Em edições anteriores do DSM, o Transtorno de Ansiedade de Doença e o Transtorno de Sintomas Somáticos eram classificados juntos como Hipocondria.



Um exemplo de uma paciente fictícia:

Elga tem 44 anos. Desde nova, lembra de ser muito preocupada com sua saúde e, em vários momentos, acreditar que estava com alguma doença grave. Ela está sempre muito atenta aos menores sinais do seu corpo e tende a achar que sensações novas podem indicar algo mais grave, principalmente câncer! Isso a faz sentir-se muito ansiosa. Faz muitas pesquisas sobre doenças e sobre os sintomas na internet. Quando está cismada com algum sintoma, não consegue pensar em outra coisa: não se concentra no trabalho, fica desanimada, abandona a atividade física e começa a ter dificuldade para dormir. Busca frequentemente médicos de diferentes especialidades (a depender da queixa daquele momento) e não se sente tranquila enquanto não tem algum exame que comprove que sua preocupação não tem razão de ser. Às vezes, nem isso a tranquiliza! Sua tranquilidade dura só até o próximo sintoma ou a próxima preocupação.

Em um momento, ela começou a sentir dor na perna. Apesar de não ter nenhum outro sinal de alarme e de gravidade, ela passava o dia pensando nisso, pensava ter um câncer, já pensava no tratamento e até na morte. Apesar de a dor ser desconfortável, eram sua angústia e ansiedade que prejudicavam e impactavam o seu dia a dia. Mesmo após avaliação médica e constatação de que era um quadro típico de canelite, ela não se convenceu. Depois, sua preocupação foi com uma dor de cabeça. Depois, um familiar foi diagnosticado com câncer de pele; ela, então, passou a checar sua pele diariamente. Depois, começou a preocupar-se com a taquicardia que sentia durante sua aula de zumba e achar que aquilo não estava normal.

Pessoas esse transtorno demoram a chegar ao psiquiatra e, às vezes, não chegam. Não percebem seu problema como algo psíquico. Os médicos, por vezes, não identificam o transtorno, pois veem o paciente pontualmente, com aquela queixa específica, e não são capazes de conectar os episódios.

Momentos como o que estamos vivendo são potencialmente estressante para pessoas que convivem com esse transtorno. É importante ressaltar que, para o diagnóstico, é preciso que os sintomas estejam presentes há pelo menos seis meses. Não é uma ansiedade que começou com a pandemia, mas pode estar pior neste momento.

 
 
 

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